Coleccionismo

Hoje vou falar de coleccionismo. Há os que coleccionam selos, pacotes de açucar, moedas antigas, cromos de jogadores da bola, barbies, legos...há ainda aqueles que coleccionam manias, namoradas, filhos...mas isso são outras coleções...

Não vou escrever sobre a minha coleção de  manias porque é vasta. Nem  vou escrever sobre a minha coleção de namoradas porque foram poucas. Podia escrever sobre a minha fantástica coleção de pacotes de açucar. Podia. Mas a minha mãe fez o favor de a destruir no decorrer de um grande jantar que deu lá em casa...onde não havia...imaginam o quê!!!!

A minha coleção (como já devem ter visto na fotografia) são miniaturas de ciclistas. Tinha eu 10 anos quando o meu pai me comprou nos bazares da perigosa rua direita, em Coimbra, um conjunto de cicilistas de plástico em miniatura. Íamos para a praia, fazíamos pistas na areia (jogo de estratégia com dados á mistura) e estávamos horas, perante os olhares de alguns miudos ávidos de serem convidados a jogar...

Pois essa coleção perdeu-se e mais de uma década depois dei por mim a querer recuperar as centenas de ciclistas que tinha. A tarefa tornou-se impossível em Portugal. Corri tudo. Fui a algumas feiras do brinquedo antigo...e nada. Quando visitava algum país tentava procurar...mas também nao encontrava.

Eis senão quando visitei este ano a capital do ciclismo: Paris. Alí encontrei várias lojas que vendem esses ciclistas ( alguns mais antigos a preços proibitivos). Com  a ajuda do Ebay ( há grandes colecionadores) e de informação que recolhi nas lojas que visitei, cheguei onde queria: tenho um dos 5 fornecedores europeus que pintam estas ministuras`á mão representando, por exemplo, o ciclista que ganhou a volta a França em 1960...e por aí fora. Já mandei fazer o Joaquim Agostinho e outras glórias do ciclismo. Posso parecer uma criança mas digo-vos que os meus fornecedores (coleccionadores) são 80% das vezes muito mais velhos do que eu.

Conclusão: já tenho mais de 100 ciclistas...uns em plástico, outros em metal. Gosto tanto deles que estão expostos em cima de um móvel lá de casa ( sim, a minha mulher não acha piada nenhuma). Gosto tanto deles que tenho medo de os levar para a praia e soltar a criança que há em mim: primeiro por vergonha e depois com medo de os partir.

Hoje, afirmo com muito orgulho que tenho uma coleção que em Portugal mais ninguém tem. Pena ter que  negociar os ditos apenas com ingleses, franceses, suiços e norte-americanos, que como imaginam têm um maior poder de comprar que moi meme.

Chamem-me maluco agora chamem...

Ps. A minha mulher ainda não sabe mas vão chegar via Suiça mais uma dezena deles para a semana...

G.