sábado, 5 de janeiro de 2013

Run, T, run!

 REUTERS/Brian Snyder
Fui mais longe e mais rápido. Conclusão, fui mais forte. Só me faltou a coroa de louros na cabeça no fim, e um par de pulmões novos. De tão embevecido já abri a aplicação no iPhone três vezes e fiquei feito parvo, especado, a olhar para os números. Corri mais de cinco quilómetros em pouco mais de vinte e oito minutos. Foi espectacular, tirando a parte em que pensava que, de tanto frio, as pestanas iam colar.  Correr é assim, um misto de sofrimento enquanto os pés pisam, sucessivamente, o chão e o sorriso estúpido depois de sucumbir ao apelo dos músculos: pára com essa merda! Esta febre chegou-me por influência de amigos. Estamos numa altura em que todos correm. Aliás, Forrest Gump ficaria orgulhoso ao perceber a loucura que vai neste país em torno da corrida. Já não se é ninguém se não se conhecerem os últimos modelos de sapatilhas "running" que inundam prateleiras em tudo o que é loja de desporto. Não conhecer as braçadeiras que seguram o telemóvel enquanto uma pessoa dá à perna como se fugisse do bicho-mau parece sacrilégio semelhante a nunca ter visto, sei lá, o "21 gramas". E quem nunca tenha participado numa qualquer corrida de fim-de-semana em que milhares se atropelam logo no início e outros tantos desistem lá para o meio, é um ser anormal que incorre numa pena que poderá muito bem passar pelo visionamento de quarenta e sete horas e meia de "Casa dos Segredos", ou o mesmo tempo a ouvir o Goucha e a amiga loura a gritarem feitas histéricas nas manhãs da TVI. Tanto ouvi, tanto ouvi, que decidi também eu enfiar as sapatilhas e fazer-me à estrada, mas o meu registo vai em quatro corridas em cinco semanas... Ainda assim, já descobri o mal de que padeço e já encontrei a cura. Atento na fotografia e auto-desculpo-me: eu não tenho falta de iniciativa, antes sobra de equipamento, e companhia... 

T. 

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